Garotinho italiano

Há vários motivos pelos quais eu sou apaixonada pela minha profissão, mas há um motivo que é expoente aos outros: O fato da aviação ser ainda um encanto para muitas pessoas, sobretudo, para as crianças.

Estava cansada depois de uma jornada de trabalho, voltando de tripulante extra em um voo de Brasília para Porto Alegre, ou seja, eu não estava fazendo parte da tripulação, estava a bordo, porém como passageira. De repente, senta ao meu lado uma mãe com o seu filho e este garotinho de longe já pude perceber o quanto era fofo.

Levou alguns minutinhos para esse garotinho chamado Lorenzo perguntar: Titia qual é o teu nome? E eu cheia de vontade de apertar ele respondi prontamente o meu nome. Bastou isso para ele começar um papo cheio de perguntas sobre o avião, como era o nome daquilo, porque isso, o que era aquilo... Isso me encanta! Essa curiosidade que mora no coração das crianças.

Conversa vai, conversa vem e a mãe do Lorenzo me contou que haviam morado por três anos na Itália e que ele era italiano e por isso confundia algumas palavras; eu até me divertia quando ele ouvia o que eu falava, pensava e logo perguntava: "Titia o que você disse? Que palavra é essa?"

Neste voo, eles estavam vindo de mudança para Porto Alegre e o Lorenzo estava cheio de expectativas para fazer novos amiguinhos e para ver a "nona" dele. Achei uma graça quando ele me contou que a "nona" dele estava esperando ele com uma sopa de capeletti bem quentinha.

Ao pousarmos ele disse que eu era a primeira amiga dele de Porto Alegre e eu, por minha vez, fiquei cheia de alegria.

Essa é uma história simples, sem grandes lições, mas que guardo no baú do meu coração com carinho. Histórias assim valem a pena, afinal são cheias de pureza e graça e na vida, veja bem, precisamos muito disso!