top of page

Voo de Natal

  • Foto do escritor: carolinasevero
    carolinasevero
  • 26 de dez. de 2015
  • 2 min de leitura

Dia 24, cedinho da manhã, véspera de Natal e também dia de voar.

Como tudo que é primeiro não esquecemos, o primeiro Natal voando ao lado de uma família improvisada pela escala de voo, não será esquecido de modo e maneira alguma.

Escrevo esse texto em nome da experiência de passar o primeiro Natal de muitos longe da minha família. Não diria que é fácil e nem difícil, prefiro dizer que é diferente. Diferente para mim, mas indiferente para outros. Tudo depende. Eu, como sou uma pessoa "família" e cheia de valores atribuídos a isso, foi bem diferente estar longe daqueles que amo. Mas o mais interessante é que me senti longe somente fisicamente, pois, de qualquer modo, meu coração é deles e estava com eles.


É engraçado como aprendemos com as pequenas coisas e a aviação, como sempre, me surpreende com o dom que tem de me proporcionar isso...


Eu mal percebi, mas a experiência e o leque de momentos e aprendizados já havia se iniciado quando eu estava indo para o aeroporto com a minha mãe e ela disse: "Filha, tenha um bom voo e vá com Deus. Se der um aperto no coração, pense que hoje é um dia como qualquer outro e que amanhã tudo continuará como sempre." Isso me confortou de uma forma muito especial e fui segura, feliz e cheia de paz de espírito para o voo. Ao chegar no aeroporto, encontrei meus colegas de tripulação e estavam todos empolgados e logo já começamos a planejar como seria a nossa ceia, já que no hotel não iria ter... A sintonia já surgiu ali e me senti bem e, sobretudo, satisfeita por fazer parte da tripulação.

Uma vez que já estamos todos longe de nossos familiares, em nome da nossa escolha de vida e profissão, basta fazermos do momento que temos especial e não demoramos muito para colocarmos isso em prática. Antes mesmo de começar o voo, tiramos fotos do amanhecer, chegando em Maceió fomos desfrutar da praia e do sol juntos e, quanto a ceia, meus colegas se empenharam para achar um bom restaurante para termos a ceia da forma mais merecida e especial. Assim foi, foi muito bom, especial e o bastante para ter se tornando inesquecível.

A grande, interessante e divertida questão que merece ser enfatizada é que nós não escolhemos com quem iremos passar o Natal, isso abre a possibilidade de nos surpreendermos e, sobretudo, construir uma sintonia que antes era ausente ou passava despercebida. Descobrimos que o vínculo vai além do sangue e que a maior virtude de uma família é aceitar uns aos outros como são, em harmonia, com amor e respeito... E assim somos e sentimos como tripulação ou, melhor, como uma família de voo!

Não há porque reclamar e nem lamentar, há muito que agradecer, sorrir e reconhecer, afinal tudo muda quando vemos as coisas sob uma perspectiva mais positiva e diferente do que a usual.


Kommentare


© 2023 por PÉ NO CÉU. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Blogger - Black Circle
  • b-facebook
  • Instagram Black Round
bottom of page