Poderia falar de gratidão, mas é muito maior do que isso...
- carolinasevero
- 31 de out. de 2015
- 14 min de leitura

Carta de agradecimento para uma das pessoas mais especiais que a aviação me oportunizou a conhecer: Instrutor Nei.
Foi no dia 16/07/2014, na manhã de quarta-feira que a turma 216 Mike da Aerosul teve o prazer e privilégio de desfrutar da aula do instrutor Nei, a aula de atendimento ao passageiro. Eu já havia ouvido comentários referente ao seu Nei e sua aula, tal como esse: "O senhor Nei é a cereja do bolo" e eu, por minha vez, conclui que para ser a cereja do bolo, é preciso ter além daquele toque especial de enfeitar o bolo, a característica peculiar de deixá-lo mais completo. Eram 8 horas da manhã, quando o seu Nei entrou na sala de aula. Um senhor de cabelos brancos, elegante e educado. Essa foi a minha primeira impressão. Era isso que não só eu, como a grande maioria, estava vendo.
Foi então que seu Nei começou a se apresentar e disse, mais ou menos, assim: "Sou comissário de voo e digo que ainda sou, apesar de já ser aposentado, pelo fato de que se fomos uma vez comissários, para sempre seremos." Essa frase já havia me causado uma vontade maior de escutá-lo e, então, na medida que ele complementou sua frase, o mesmo aconteceu com a minha vontade de ouvi-lo quando disse: "Ocupei todos os cargos que um comissário de voo poderia ocupar dentro da Varig". E a partir daí, o senhor Nei discorreu entre alguns momentos de privilégio já vivenciados por ele como tripulante da Varig. Foi nesse momento que cumprimentando a turma nos idiomas que possuía domínio que disse que o Espanhol é uma língua, a qual todos acham fácil, porém é difícil, uma vez que possui palavras parecidas com o português, mas com significado totalmente distintos na língua espanhola. Com o intuito de esclarecer o que havia acabado de dizer se direcionou para minha colega e disse: "Pode pegar o meu saco?" e minha colega, por sorte ou por conhecimento, havia entendido o sentido da "pegadinha". No entanto, eu, não obtive o mesmo êxito quando ele se direcionou e perguntou: "Tu ficaria embarasada se eu te perguntasse isso?" E eu, com um toque significativo de timidez disse: "Não, eu entenderia que é outro idioma" e então ele completou seu exemplo eficaz dizendo que embarasada em espanhol é grávida. Uau! Essa foi minha expressão facial juntamente com as bochechas, ligeiramente vermelhas, que me restou.
E a aula seguiu (...)
De repente o senhor Nei novamente me surpreende quando diz que ao relatar tantos fatos, momentos e privilégios dentro da aviação, não é para ser metido, exibido, esnobe ou qualquer palavra que venha de encontro a esse sentido. Muito pelo contrário. Ele ressalta dizendo que tudo que ele um dia vivenciou também iremos vivenciar. Que quando diz "meus filhos, meus amigos, minha família" está se referindo aos nossos familiares e, de modo geral, ao nosso futuro dentro da aviação. Dito isso com tamanha simplicidade, o senhor Nei havia acabado de colocar no meu coração e acredito que nos demais corações presentes na sala, aquela motivação que nos impulsiona a sonhar e simplesmente acreditar (está aí um sentimento que, nos dias atuais, muitos desconhecem). De modo a acrescentar dentro de tal contexto, ele comentou que havia feito vários cursos, através da Varig, e um desses cursos foi com profissionais da Nasa, onde ele teve a oportunidade de conhecer o Neil Armstrong (o astronauta da Nasa que foi para a Lua), o qual sonhou com o impossível e chegou lá. Nesse momento o senhor Nei disse "Se for para sonhar, que sonhem com o impossível. Isso sim é saber sonhar".
Um dos primeiros atos que o senhor Nei fez foi escrever no quadro branco, em letra de forma, a seguinte palavra: "INESPERADO" . Ao terminar de escrever disse com sincera positividade que o inesperado é uma das coisas que a aviação tem de melhor, afinal foge da mesmice, vive novidades e, possui maiores possibilidades de se surpreender. É, de fato, eu hei de concordar!
O INESPERADO veio ao meu encontro no momento da aula, pois a cada palavra inesperada, eu me surpreendia, refletia, repensava ou enfim, apenas agregava. Foi assim, de forma inesperada e incrivelmente sensacional que a aula seguiu. Foram vários os fatos e situações, mencionados pelo instrutor Nei para abordar os assuntos da matéria de modo diferente e atrativo. Entre tais assuntos abordados estava a loucura e a diferença de mundo de um tripulante em paralelo com a grande possibilidade de ser mal interpretado e passar a ser considerado esnobe pelos demais. Veja só, como coube ao senhor Nei, transmitir tal assunto:
Estava ele com mais dois amigos no elevador com a companhia de uma senhora de idade com o detalhe perceptível de ter um pão em baixo do braço. Entre eles começaram a conversar e cada um teve os seguintes comentários que deixaram a senhora observando a eles:
Um disse: Não aguento mais ir para Nova Iorque.
Outro disse: Eu irei para a Califórnia passar minhas férias. E você, Nei?
O senhor Nei disse: Ah, como eu sou cidadão da Califórnia, penso em ir para lá também.
Chegou no andar da senhora, ela saiu do elevador e não hesitou em dizer ao olhar para trás: "Ah! Como é bom sonhar!"
Conclui-se aqui, através das palavras de sabedoria e experiência do instrutor Nei, que é exatamente assim que muitas, para não dizer a grande maioria, das pessoas irão interpretar comentários do gênero. Não só interpretar, como muitas vezes interpretar errado achando que estamos sendo exibidos, metidos e/ou esnobes, esquecendo o fato de que, nossa profissão é viajar e tais comentários surgem de modo natural e involuntário, uma vez que vamos mais de uma vez para tais lugares. Mas, quanto a nós, na incumbência de futuros comissários de voo, cabe ter a breve noção e bom discernimento de que a maioria das pessoas não fazem parte de tal realidade e sonham em ir para lugares, os quais iremos com tamanha facilidade e frequência e eles não. Portanto, evitar comentários que tenham como consequência tais interpretações é o ideal. Afinal, sabe-se que: Poucos entenderão o nosso caminho. Não cabe se preocupar, não é o caminho deles; mas cabe ter o bom senso que falta em muitos.
E eis que chegou o assunto que muitas pessoas questionam quando falamos que queremos ser comissários de voo: E a tua família? Tu já pensou que nunca vai casar? E o namorado?
Pois foi aí que o senhor Nei, com sua tamanha autenticidade e toque de elegância, disse que entre casais, onde um é da aviação e outro não, cabe a compreensão, paciência, respeito e sentimento. Que quando a esposa/marido comissário chegar em casa, após uma jornada de trabalho, cabe àquele que trabalha todos os dias, mas que volta para casa, fazer as tarefas diárias da casa e se, possuir filhos, cuidá-los também. Apesar de tais colocações parecerem ainda tão distantes dentro dos meus arrecém feitos 18 anos, consegui enquadrá-las e usar da minha empatia para me colocar no lugar da minha colega Mariléia, por exemplo, a qual é casada com o seu marido que não é da aviação, mas que em compensação é apaixonado por essa área, e tem um filho de 5 anos.
Já sabia da tamanha seriedade e importância do assunto "Relações pessoais" de um tripulante, mas nunca havia tido o privilégio de contemplar e refletir sobre o mesmo como foi juntamente com o senhor Nei. Ele disse o seguinte: "Sempre, antes de uma viagem, independente de estar brigado ou não com o namorado, mãe, pai, etc, dê tchau e deixe como o último gesto, um gesto de amor, pois se qualquer coisa acontecer, assim seremos lembrados". Antes de qualquer voo, não sabemos o que pode ou que não pode acontecer e isso, de fato, é verdade, não somente para aqueles da aviação; isso é verdade para todos. Foi então que o senhor Nei relatou, com emoção, o fato de o marido de uma comissária ter brigado com ela e ela, por sua vez, ter saído de casa, na incumbência de realizar seu voo, triste e chateada com o marido. Nesse momento, o senhor Nei aponta para o quadro onde está a palavra inesperado escrita. O que o marido dessa moça comissária não esperava é que o avião fosse sofrer um acidente e ele, por sua vez, não voltaria a vê-la nunca mais. O marido, pensava que quando ela voltasse iria poder pedir desculpas e levá-la no restaurante que costumam ir jantar juntos e que tudo voltaria a ficar bem como das outras vezes. O grande fato é que dessa vez, não teria outra vez. Foi então que ele mesmo sem sua esposa, decidiu ir até o restaurante, solicitar ao garçom um prato para ele e para ela e escrever tudo em um papel o que ele havia no coração para dizê-la. Tais palavras em forma de carta foram publicadas em jornais mundiais.
Junto a isso o senhor Nei trouxe à tona a relação da sua filha com ele. Uma relação linda, amorosa, calorosa e cheia de consideração que faz com que muitos achem que ela é namorada, caso, paquera dele. Percebi aqui, de forma discreta e involuntária, o quanto os valores estão invertidos e, ao mesmo tempo, me emocionei ao ouvir ele contando de sua filha, (a qual também é comissária), pois me lembrei do meu pai. Aliás, trago aqui um momento de desabafo: Não só lembrei do meu pai, como também lembrei que essa relação pai e filha, como o senhor Nei descreveu, eu nunca terei. Mas em compensação e para não deixar a positividade de lado, tenho um padrasto que possui um zelo e carinho por mim que faz com que eu chame ele de paidrasto e, além disso, se for para falar de uma relação onde também todos confundem, é a minha relação com o meu irmão. Portanto, não posso reclamar. O que coube nesse momento a fazer foi guardar as palavras carinhosas e cheias de experiência do senhor Nei: "Não percam a chance de marcar positivamente quem vocês amam!" . Como se não bastasse, ele completou... "Não economizem no amor, vocês não sabem se irão voltar". Bastou para eu reservar um lugar especial para tais palavras no meu coração. Retornando ao momento em que ele estava falando de sua relação com a filha, o senhor Nei demonstrou um sinal que utiliza para se despedir da mesma. Sinal, o qual conhecemos para representar o "rock 'n' roll", mas que, em libras, quer dizer EU (dedão) TE (indicador) AMO (mindinho). Achei tão interessante que vou passar a utilizar.
Os melhores conselhos a serem seguidos e/ou ouvidos são aqueles ditos por pessoas com reais experiências. E as experiências vindas do seu Nei não podem ser descartadas. Nem cogita-se isso. Assim sendo, entre tantos conselhos, aqui está um, de extrema relevância: Beba MUITA água e descanse para ter uma vida duradoura e saudável nas altitudes.
Falando em vida duradoura e saudável na aviação, cabe a nós antes conseguirmos entrar. Foi nesse clima que o senhor Nei solicita a uma colega que se levante e ela, totalmente tímida com o pedido inesperado do instrutor se põe de pé e é questionada: Se você fosse um instrumento, qual você seria? E ela, muito nervosa, mal conseguiu pensar e disse, com um sorriso amarelo entre os dentes: Uma bateria. E ele, em resposta: Então tu é do barulho. E eu utilizando da minha empatia previ que ela queria se enfiar em um buraco. Chamou outra colega e pediu que ela se levantasse também e a questionou: Se você fosse um carro, qual carro seria? E ela, já tendo ouvido a crítica referente a resposta da colega anterior, mesmo nervosa, conseguiu se sair bem e respondeu: Uma caminhonete. E ele: Porque? Ela: Porque é grande para eu poder levar pessoas e coisas para viajar comigo. E o sei Nei continuou dizendo que perguntas inesperadas de mesmo gênero poderão ser feitas e caberá a nós mostrarmos o que os entrevistadores não estão vendo, ou seja, cabe a nós mostrarmos além do nosso rosto. É a hora de sermos, de fato, diferentes, tal como foi a menina, a qual serviu de exemplo na aula, que disse que gostaria de ser um violão e todos acharam, pelo fato dela ser bonita, que não poderia sair outra resposta a não ser referente a sua beleza. Pelo contrário, a cuja menina disse que gostaria de ser um violão pelo fato de tal instrumento musical ter a capacidade de reunir pessoas e fazer de qualquer ambiente mais agradável.
De modo a acrescentar e fixar a importância de fazer a diferença sendo nós mesmos, o Senhor Nei contou sobre uma entrevista da Varig, a qual estava marcada para as dez horas. Todos já estavam lá antes das dez, ansiosos e aguardando na sala onde ocorreria a entrevista. As horas foram passando. Passando. E as pessoas falando. Criticando. Perdendo a paciência. Se irritando. Afinal a entrevista era para ser finalizada as onze horas e ainda nem tinha começado. Entre uma reação e outra, levanta-se um moço e diz: Obrigada pessoal, a entrevista está finalizada. Quando o senhor Nei terminou de contar, eu pensei: Uau! Que bela lição e dica.
Foi mergulhando no mundo da aviação que a aula ficava cada vez mais interessante. Houve um momento que foi tão simples, mas ao mesmo tempo tão engraçado que é cabível deixar registrado em palavras. Tal momento foi quando o senhor Nei contou de uma comissária que nunca tendo voado com o Comandante Rubin, resolveu ir até o mesmo e se apresentar.
Ela: Olá Comandante Rubin, sou a comissária tal e hoje faço parte da sua tripulação. Acho que nunca voamos juntos. Espero que tenhamos um voo tranquilo, não é mesmo?
Foi mais ou menos assim que ela tentou se integrar e fazer com que o Comandante simpatizasse com ela e ele respondeu: Tu sabe falar francês?
E ela ficou sem entender o sentindo da pergunta, quando ele completou: Quando souber pronunciar o meu nome, volte aqui e fale comigo. É "Ruban" e não Rubim.
A comissária, por sua vez, ficou braba e irritada achando o Comandante um grosseiro. Foi quando, o senhor Nei, passado um tempo, a convidou para ir junto com ele levar sobremesa para o Comandante e ela, mesmo contrariando sua vontade, foi. Chegando lá o senhor Nei pergunta ao Comandante: O senhor gostaria de Pudan? E o Comandante questiona: O que? E o seu Nei responde: Se Rubin é Ruban, pudim é Pudan. Eu ri muito e achei linda a autenticidade e leveza no modo de lidar do senhor Nei. Isso que chama-se de jogo de cintura.
(...) O melhor ainda estava por vir. Aliás, difícil dizer entre tantas palavras e fatos sábios, qual é o melhor. De qualquer modo, quero deixar registrado aqui mais uma história incrível:
Não foi em Paris. Nem em Londres ou Orlando. Foi na tribo do seu amigo africano, onde ficou por três dias e teve uma de suas melhores experiências. Entre todos que estavam por lá, ele era o único homem branco e foi apresentado para todos como um amigo. Logo, todos viram ele tal como uma nova e amiga pessoa. Passado os três dias, chegou a hora de ir embora. O senhor Nei deu tchau normalmente e encheu a todos de agradecimento pelos dias passados e, no momento, que estava aguardando seu amigo para irem embora viu que o pai do mesmo apontava para ele e, o senhor Nei, sem entender o que poderia ser começou a pensar que já havia feito algo errado ou que poderia ter acontecido alguma coisa. Foi então, que o seu amigo lhe chamou novamente e disse que o seu pai gostaria que ele passasse por outra trilha para ir embora.O senhor Nei, por sua vez, percebeu que já havia caminhado por todas as demais trilhas, menos por aquela. Foi pedido a ele que tirasse os calçados e ele, sem entender, tirou. Ao mesmo tempo, lhe veio uma emoção e ele começou a chorar ao mesmo tempo em que caminhava. Continuou caminhando e quando parou o pai do seu amigo deu três voltas em torno dele olhando-o no olho. Após isso, recebeu um abraço. O senhor Nei não havia entendido tudo aquilo prontamente e de forma rápida, mas depois, pode ter o privilégio de saber que aquela trilha tinha um significado sentimental e valor espiritual de imensa importância e que o motivo de serem dadas três voltas em torno dele foi porque ele ficou na trilha por três dias e o pai do seu amigo só agiu de tal modo porque não havia percebido que o senhor Nei era um homem branco, o qual ele nunca havia visto antes. Para ele, o seu Nei era apenas um amigo, pois assim lhe foi apresentado. Foi assim que a história foi concluída, com uma bela lição do que é ser uma pessoa que não possui preconceitos.
Durante todo o tempo as histórias impactaram positivamente a todos e aqui deixo registrada mais algumas: O senhor Nei possuiu o privilégio de voar com o Papa e, obviamente, teve a honra de ter uma conversa com o mesmo. Em meio a esse diálogo, o Papa lhe perguntou o que era pecado e ele respondeu prontamente: Pecado é não ser feliz nesse mundo.
Chego aqui ao nosso segundo, último e emocionante encontro de aula. Aconteceu em uma sexta-feira. A aula ocorreu no mock-up e nesse dia foi uma aula somente de meninas, pois a turma foi dividida em grupos e os meninos deste grupo, no caso, não se fizeram presentes. O senhor Nei foi uniformizado com tremenda elegância. Tivemos direito ao uso do trolley com bolinhos de morango ou chocolate, sucos, refrigerante e água; aprendemos tudo o que é preciso para impactar um passageiro positivamente somente com o gesto de lhe alcançar um copo. Também tivemos direitos a muitas fotos.
Apesar de termos tido a visita a aeronave no dia anterior até as duas horas da manhã, o clima era de alegria, de conforto e de muita positividade com o senhor Nei... E não poderia ser diferente. Ele ressaltou diversos pontos onde devemos ter o velho e conhecido jogo de cintura, o sorriso no rosto estampado e o profissionalismo para sermos capazes sempre de minimizarmos qualquer crise inesperada. Assim sendo, dentro desse contexto, o senhor Nei disse uma frase que levarei comigo nas altitudes: "O que nos espera na aviação é o inesperado e para isso precisamos de AMADURECIMENTO"
Mas os ensinamentos não paravam por aí, ainda havia muito mais (...)
O senhor Nei seria comissário de um voo fretado somente com dentistas. Para muitos, fazer voo fretado era considerado um trabalho chato de ser realizado, mas para o senhor Nei... Claro que não! E veja só a demonstração de autenticidade aqui. Como o voo seria composto apenas por passageiros dentistas ele pensou: O que eu posso fazer para impactá-los positivamente, de modo que eles não se arrependam de ter escolhido a Varig para voar? O que posso fazer para eu não ser esquecido por eles? Foi então que chegando em um aeroporto, o qual acostumava comprar adereços de mágicas para o seu filho, que encontrou uma espátula com uma dentadura na ponta e ele prontamente comprou. Chegou o momento do serviço de bordo no voo e ao levantar a espátula para servir os passageiros dentistas impactou eles positivamente com tamanha intensidade que lhe foi solicitado muitas fotos. É isso que eu chamo de fazer a diferença com um toque de humor e originalidade! O senhor Nei concluindo a história disse: "Quando voar for um trabalho deixe de voar. Marque a vida das pessoas positivamente e não economize nisso."
Para finalizar a aula ele contou mais um dos momentos especiais que teve o privilégio de ter com a sua filha. Esse momento relatado por ele aconteceu no dia do aniversário da sua filha, em Nova York. Entre todos os lugares que já haviam ido Nova York ainda não tinha entrado para a lista e a sua filha optou por ir para lá. Ela gostava muito do chocolate Quinta Avenida e ele lhe prometeu que lhe daria o privilégio de comer o chocolate Quinta Avenida na quinta Avenida de Nova York.
Por sorte ou por saber aproveitar as oportunidades, o Senhor Nei sempre estava em Nova York quando havia alguma acontecimento especial nas ruas e lá estava ele com a sua filha na Quinta Avenida. Foi então que ele a questionou: Não acha que estou esquecendo de algo? E ela sem lembrar perguntou o que ele poderia estar esquecendo e o senhor Nei, por sua vez, lhe deu o chocolate Quinta Avenida. Sua filha abriu um sorriso que para ele bastou e ele quis seguir pela Quinta Avenida dançando, pulando, sorrindo para aproveitar o clima de festa que pairava no ar, mesmo sua filha lhe chamando de louco e pedindo que parasse de dançar.
E foi assim, com essa história, que a aula se finalizou. A foto que tiramos marcou da forma mais especial e incrível minhas lágrimas de emoção. O sentimento que levei comigo foi aquele que chamo de paixão pela profissão e amor ao que se faz. Não é à toa que decidi registrar as aulas do senhor Nei nessas seis páginas do Word, pois a cada momento antes de uma seleção quero ter o privilégio de reler tudo novamente e sentir o que senti quando o escutei. Quero também poder ter a felicidade de fazer uma história linda tanto quanto a dele e a da sua filha que, inclusive, fez um vídeo incrível de momentos no avião. Chego a conclusão que quero crescer, impactar positivamente, não me cansar de sorrir, ser padrão fazendo a diferença e que, sobretudo, minha história na aviação tem muito para ser, crescer e evoluir.
Muito obrigada Senhor Nei por me deixar mais apaixonada pela aviação e por fazer eu entender, com a sua tamanha originalidade e simplicidade, o porquê você é a cereja do bolo.
Com muito carinho, palavras registradas por uma aluna e futura comissária que o senhor impactou incrivelmente e positivamente.
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